Amor ingrato amor

Então você se encontra na escuridão. Tenta acender a luz, mas ela está queimada. Procura algo que posso lhe trazer um fecho de clarão, e nada. Tudo desaparece numa fração de segundos. O mundo se torna outro e você não quer mais nada além de chorar. As lágrimas não saem, nem forças para produzir uma gota que transborde seu corpo consegue ter. Raiva, medo, tristeza, amor , solidão. Nada tem sentido, nada faz sentido; e a pergunta não sai da cabeça: Porque comigo?!
Ah se fosse tão fácil assim obter respostas para um coração tão castigado.  Queria sair desse amor ingrato, o qual você se dedica tanto, mas  outro não faz nada. Parece que o errado sempre será você. A culpa é sua, você não percebeu?! Foi você que se deixou levar esses anos todos cozinhando seu amor próprio em banho maria, cozinhou tanto que a água secou. Você não se ama mais a ponto de se colocar em primeiro plano. 
Queria pegar meu amor próprio ali jogado num canto, juntar minhas coisas, abrir aquela porta e nunca mais voltar. Mas o medo não deixa. Esse maldito medo não sai. E se eu não aguentar? Se eu apenas chorar? E se eu não encontrar alguém que vá dividir a vida comigo?? Perguntas que talvez nunca saberei a resposta. 
Mas, quem sabe um dia você abra a porta e minhas coisas não estejam mais lá. Quem sabe um dia eu tenha forças pra recolher meu amor próprio e coragem para enfrentar o mundo lá fora sem você. Um dia, talvez. Até lá vou me fazendo de cega e vivendo esse amor, ingrato amor.